ARIN e ASN: o que provedores precisam saber sobre registro de rede 

há 2 semanas 8

No universo dos provedores de internet, termos como ARIN, ASN e registro de rede são fundamentais para garantir a operação eficiente, segura e escalável das conexões. Embora sejam comuns no time técnico, entender esses conceitos é crucial também para gestores de ISPs e operadoras. Afinal, eles impactam diretamente a forma como os dados trafegam na internet e como sua rede é reconhecida globalmente. 

O que é ARIN e qual sua função no registro de rede? 

O ARIN (American Registry for Internet Numbers) é uma das entidades responsáveis pela distribuição e administração de recursos críticos da internet, como endereços IPv4, IPv6 e números de sistemas autônomos (ASN). Ele atende principalmente a América do Norte e parte do Caribe, mas sua relevância se estende globalmente, já que segue diretrizes definidas pela IANA (Internet Assigned Numbers Authority)

Na prática, o ARIN garante que cada rede registrada possua identificação única e esteja em conformidade com as políticas internacionais de roteamento. Para um provedor, isso significa transparência, segurança e possibilidade de expansão de sua operação de forma estruturada. 

O que é ASN e por que ele é importante? 

O ASN (Autonomous System Number) é um identificador único usado para distinguir redes na internet. Ele permite que um provedor estabeleça políticas próprias de roteamento e troque informações com outras redes usando protocolos como o BGP (Border Gateway Protocol)

Em resumo: 

  • Um Sistema Autônomo (AS) é um conjunto de endereços IP sob controle de um ou mais operadores, que compartilham uma política de roteamento. 
  • O ASN é o número que identifica esse sistema autônomo para o mundo. 

Existem dois formatos de ASN: 

  • 2 bytes (16 bits) – mais antigos e hoje praticamente esgotados. 
  • 4 bytes (32 bits) – padrão atual, com capacidade de bilhões de identificadores. 

Sem um ASN, um provedor não consegue operar como uma rede independente e fica limitado a depender da infraestrutura de terceiros, perdendo competitividade e flexibilidade. 

Tipos de Sistemas Autônomos 

Para entender melhor o papel de um ASN no registro de rede, é importante conhecer os principais tipos de AS: 

  • Stub AS: conecta-se apenas a um outro AS, usado por redes pequenas. 
  • Multi-homed AS: conecta-se a dois ou mais ASes para garantir redundância e resiliência. 
  • Transit AS: atua como intermediário, permitindo que outras redes troquem dados através dele. 

A maioria dos provedores de internet busca o modelo multi-homed, que assegura estabilidade mesmo diante de falhas em um dos links de trânsito. 

Como obter um ASN pelo ARIN: passo a passo 

O processo de registro de rede e solicitação de um ASN junto ao ARIN segue etapas específicas: 

  1. Criar uma conta no ARIN Online – primeiro é necessário registrar-se na plataforma. 
  1. Associar um ponto de contato – vincular um responsável administrativo ou técnico ao pedido. 
  1. Criar um identificador da organização (Org ID) – esse código conecta a entidade solicitante ao ASN. 
  1. Preencher o pedido de ASN – incluindo justificativas, informações de roteamento e detalhes da rede. 
  1. Revisão e aprovação – um analista do ARIN avalia o pedido em até dois dias úteis, podendo solicitar informações adicionais. 
  1. Emissão e ativação – após aprovação e pagamento, o ASN é liberado e pode ser usado para configuração de BGP e interconexões. 

Esse processo garante que apenas organizações com real necessidade técnica recebam números de sistemas autônomos, mantendo a internet organizada e funcional. 

Boas práticas de gestão e compliance 

Além de entender o que é ARIN e ASN, os provedores de internet precisam adotar boas práticas de gestão de rede e compliance. Algumas recomendações: 

  • Documentação clara: mantenha registros atualizados de seus recursos de rede. 
  • Conformidade regulatória: siga as políticas da RIR (Regional Internet Registry) que atende sua região. 
  • Planejamento de endereços IP: organize o uso de IPv4 e IPv6 de forma estratégica, pensando na escalabilidade. 
  • Auditorias periódicas: revise suas políticas de roteamento para evitar falhas ou vulnerabilidades. 

Adotar essas práticas não apenas garante estabilidade, mas também fortalece a reputação do provedor junto a parceiros e clientes. 

Conclusão 

Para provedores de internet, compreender o papel do ARIN, a importância do ASN e o processo de registro de rede é um diferencial competitivo. Mais do que burocracia, trata-se de garantir autonomia, confiabilidade e crescimento sustentável da operação. 

Com um ASN devidamente registrado e práticas de compliance em dia, seu provedor ganha mais controle sobre o tráfego, aumenta a resiliência da rede e abre caminho para novas oportunidades de negócio. 

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