Ainda me surpreende ver que, em pleno 2025, muitas empresas tratam a cibersegurança como um detalhe técnico, um "checklist" a ser preenchido depois que o produto já está pronto ou quando o problema já aconteceu. Essa visão míope é ultrapassada e perigosa. Vivemos um momento em que as falhas de segurança deixaram de ser incidentes isolados: elas carregam consequências geopolíticas, abalam economias inteiras, comprometem empregos e até colocam em risco a estabilidade de países.
Se esse é o cenário global, como podemos admitir que a cibersegurança ainda não esteja no centro das estratégias empresariais? A cada lançamento de produto, a cada projeto de crescimento, a primeira pergunta que deveríamos fazer é: "Está seguro?". Porque inovar sem pensar em segurança é como lançar um avião sem asas — pode até decolar, mas a queda é inevitável.
Eu afirmo categoricamente: ninguém pode pensar em um único milímetro de crescimento da empresa sem olhar primeiro a cibersegurança. E nenhum líder responsável deveria. Estamos falando de muito mais do que firewalls e antivírus; trata-se de proteger valor de mercado, reputação da marca, confiança dos clientes e até a sobrevivência do próprio negócio.
Chegou a hora de ser clara: segurança não pode ser tratada como apêndice da TI. Ela precisa estar no board, sentada ao lado do CEO, do CFO e do CMO, participando das grandes decisões. Porque, se a estratégia da empresa não contempla cibersegurança desde a origem, ela não é uma boa estratégia.
A estratégia incorreta, no mundo digital em que vivemos, custa caro. Pode custar milhões em resgates de ransomware, pode custar anos de reputação manchada, pode custar a confiança irreparável dos clientes, fornecedores, colaboradores, investidores etc.
Por isso, deixo aqui meu recado direto a todos os executivos e conselhos de administração: se a cibersegurança não está na mesa de decisões da sua empresa, é porque a sua empresa ainda não entendeu o mundo em que vive. E quem não entende o mundo em que vive, inevitavelmente, está correndo um grande risco.
Por Isabel Silva, Security Business Development Director da Add Value
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