“Colocaram DOOM dentro de um vape — e funciona (quase)

há 1 dia 4

O criador de conteúdo Aaron Christophel usou um Aspire PIXO, kit de vape recarregável de US$ 35, para transformar o que seria apenas um dispositivo de vaporização em uma improvável plataforma de exibição para o clássico jogo lançado em 1993. O resultado é curioso, divertido, mas longe de ser prático.

Como o DOOM foi parar dentro de um vape

doom aspire pixo vape kit 2

O Aspire PIXO, em teoria, foi projetado apenas para vaporizar líquidos e exibir informações básicas em sua pequena tela sensível ao toque de 323×173 pixels. Mas o hardware interno mostrava potencial inexplorado.

  • O dispositivo possui o microcontrolador Puya PY32F403XC com núcleo Cortex-M4

  • Conta com 16 MB de memória flash externa, tela touchscreen e até motor de vibração integrado

  • Traz ainda um chip Bluetooth Low Energy que sequer foi habilitado

Esses recursos chamaram a atenção de Christophel, que decidiu explorar os limites do vape.

O obstáculo: memória insuficiente

O grande problema estava na escassa SRAM: apenas 64 kB disponíveis. Mesmo sendo um jogo otimizado para PCs dos anos 90, DOOM exige mais RAM para processar gráficos, sons e lógica de jogo em tempo real. Para evitar essa barreira, a solução foi transformar o vape em uma tela secundária para um PC rodando o jogo.

A engenharia por trás do hack

Christophel desenvolveu um firmware próprio, disponível em seu GitHub, que faz o Aspire PIXO receber imagens enviadas via USB de um computador rodando DOOM.
O processo funciona assim:

  1. O PC executa DOOM normalmente.

  2. Um software captura os quadros do jogo, comprime e envia ao Aspire PIXO.

  3. O vape exibe a ação em tempo real, embora o controle ainda ocorra no teclado e mouse do computador.

O desafio maior não foi o streaming, mas sim driblar os mecanismos de segurança do firmware original do vape, que reiniciavam o dispositivo caso detectassem alterações suspeitas. Após horas de engenharia reversa, o desenvolvedor conseguiu superar essa barreira.

A experiência abre espaço para especulações curiosas. Em tese, o chip Bluetooth inativo poderia viabilizar transmissões sem fio ou até suporte multiplayer. Já o aumento de SRAM em modelos futuros poderia permitir que DOOM rodasse nativamente, sem depender de um PC. Embora seja improvável que fabricantes invistam oficialmente nesse nicho, esse tipo de hack reforça como a cena maker mantém vivo o espírito experimental da tecnologia.

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