Todos nós estamos mergulhados em um momento em que as tecnologias digitais moldam o jeito que vivemos e trabalhamos. A inteligência artificial generativa já faz parte do dia a dia. Substituindo pesquisas que antes eram feitas no Google, ajudando a revisar ou criar textos, gerar imagens, organizar ideias ou resumir materiais complexos. Nas empresas, é comum ouvirmos algo parecido como "Tenho a missão de usar IA em algum processo de negócio. Diretiva corporativa". Isso revela a pressão que equipes enfrentam. De um lado profissionais seniores, de outro jovens já quase "nativos digitais" chipados, para quem a IA é algo natural.
É nesse cenário que encontrei a antropologia digital oferecendo um olhar valioso. A antropologia, de modo geral, estuda o ser humano, a cultura, a sociedade e até biologia, buscando entender como pensamos, nos organizamos e vivemos em diferentes contextos. Quando pensamos no digital, investiga-se como criamos culturas, interagimos e até redefinimos identidades em ambientes mediados por tecnologias como redes sociais, jogos online, algoritmos, IA e comunidades virtuais.
É tudo sobre entender os impactos recíprocos de como a sociedade pressiona, redefine e dá sentido para as tecnologias, e como essas mesmas tecnologias remodelam nossas relações sociais, hábitos e nossa forma de pensar. Criamos as tecnologias, mas também somos criados por elas.
A IA como cultura, traz chatbots, assistentes virtuais e LLMs que já fazem parte do cotidiano cultural. Como as pessoas interagem com máquinas "que parecem humanas"?
Afetos são criados com chatbots e a desconfiança ou confiança excessiva em sistemas automatizados são realidade. Tenho uma amiga mais sênior que atravessa o dia acompanhada pela Alexa. Para ela, a assistente virou companhia e fonte de pequenas alegrias, informações tempestivas úteis, dicionário de sinônimos, piadas e músicas… Aquela conversa sem os teclados e a tela. Esse tipo de vínculo mostra tanto o potencial afetivo dessas tecnologias quanto a necessidade de olhar criticamente para seus limites, vieses e impactos sociais.
A IA como mediadora de conhecimento apresenta plataformas digitais que usam IA para organizar e filtrar informação e isso influencia como conhecemos o mundo (feeds, buscas, fake news). A IA co-cria identidades digitais como filtros de imagem, avatares, recomendações musicais, narrativas personalizadas. Até que ponto somos nós mesmos? Ou somos moldados pelas máquinas que nos descrevem? A IA substitui o professor sabe tudo, que possui limitações humanas de memória, humor, emoções variadas em cada dia, antipatia. Às vezes me pego surpreso com a capacidade do chatgpt que me ensinar francês de uma forma completamente didática e adequada a meus objetivos. E evolução da tecnologia surpreende todos os dias.
Questões como privacidade, transparência e autonomia estão agora no centro do debate sobre governança da IA. A privacidade envolve proteger dados pessoais que alimentam algoritmos garantindo que não sejam usados de forma indevida ou sem consentimento. A transparência diz respeito a explicar como esses sistemas funcionam, pedindo transparência para as finalidades para as quais os dados foram usados, quais critérios orientam as decisões e como é possível auditar isso. Já a autonomia toca em um ponto sensível para a decisão de até que ponto deixamos que decisões automatizadas substituam escolhas humanas, e quais limites devemos impor para manter o controle sobre nossas vidas e organizações.
Esses pontos estão conectados com a regulamentação, como a LGPD no Brasil ou o GDPR na Europa, que exigem princípios claros de finalidade, consentimento, minimização e prestação de contas. Mas, mais do que cumprir a lei, trata-se de assegurar o uso justo e ético da tecnologia, equilibrando inovação com proteção de direitos fundamentais e respeito as pessoas. Nesse cenário, governança de IA deixa de ser apenas uma pauta técnica e passa a ser um compromisso social e estratégico, que envolve empresas, governos e cidadãos. Quero aproveitar o espaço aqui e contar sobre essa pequena obra onde irei abordar sobre os caminhos para uso de dados e IA, trazendo um pouco de minha experiencia de mais de 30 anos com gestão profissional de dados aplicada em grandes corporações brasileiras., acompanhado de alguns dos mais experientes profissionais da área no Brasil, Max Rabello e Julio Costa.
Queremos mais agilidade na vida e nos negócios! Queremos acuracidade e justiça! Queremos humanidade no digital!
Mais informações: www.md2consultoria.com.br