Guerra de direitos autorais: Disney ordena que a Character.AI pare de usar seus personagens sem permissão

há 1 semana 12

A Disney declarou guerra à Character.AI: a gigante do entretenimento enviou uma notificação formal exigindo que a startup interrompa o uso não autorizado de personagens com copyright, informa a CNBC. A medida reacende a disputa entre Hollywood e empresas de inteligência artificial que exploram propriedades intelectuais para atrair usuários.

Disney mira a Character.AI por copyright

Disney building

Segundo a CNBC, a Walt Disney Company encaminhou uma carta de cease and desist à Character.AI, pedindo a remoção imediata de chatbots inspirados em figuras de seus universos criativos. A startup permite que qualquer pessoa interaja com personagens reais ou fictícios em formato de chatbot. Muitos são originais, mas parte significativa faz referência direta a franquias protegidas.

Após a notificação, a Character.AI removeu os conteúdos mencionados e declarou que “cabe aos detentores de direitos decidir como os fãs podem interagir com os personagens”.

A estratégia da Disney na era da IA

O movimento não é isolado. A Disney vem reforçando sua postura defensiva em relação à propriedade intelectual frente à ascensão de modelos de IA generativa. A empresa já está em uma disputa judicial contra a Midjourney, acusando a plataforma de produzir imagens derivadas de franquias como CarsToy Story e The Avengers.

O objetivo é claro: proteger personagens que valem bilhões de dólares em bilheteria, streaming, licenciamento e produtos. Em um mercado onde a linha entre criatividade e automatização se torna cada vez mais difusa, a Disney prefere agir de forma preventiva.

O que diz a Character.AI

Apesar da tensão, a startup tenta alinhar sua comunicação ao discurso de colaboração. Um porta-voz afirmou que a empresa deseja “trabalhar lado a lado com detentores de direitos para oferecer experiências interativas sustentáveis, ampliando o alcance de suas histórias em novos formatos”.

A fala sugere uma abertura a parcerias comerciais, mas o caso reforça o dilema central: até que ponto fãs podem reinterpretar ou interagir com personagens famosos sem violar direitos autorais?

Polêmicas acumuladas

A Character.AI não é novata em controvérsias. Em 2024, a empresa esteve no centro de uma polêmica global: após receber US$ 2,7 bilhões da Google em um contrato de licenciamento que incluiu a contratação de seus fundadores, a startup enfrentou um processo nos EUA. A família de um adolescente da Flórida alegou que o jovem tirou a própria vida após desenvolver dependência dos diálogos com bots da plataforma, incluindo uma versão da personagem Daenerys Targaryen, de Game of Thrones.

Com esse histórico, o embate contra a Disney poderá definir não só o futuro da Character.AI, mas também os limites de uso criativo da IA em franquias de entretenimento.

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