Impulso aposta em IA para gestão de talentos, mas mantém entrevistas humanas no centro do processo

"Tem profissionais que falam: 'Eu moro numa cidade onde jacaré atravessa a rua e eu trabalho para Cielo'. Esse é o tipo de conexão que a gente cria", conta Sylvester Mergulhão, CEO da Impulso, sobre as motivações de sua empresa em contraponto a resultados durante participação no TI Inside Innovation Forum, realizado na última quinta-feira de agosto, 28.

A companhia atua no modelo de Squad as a Service, fornecendo equipes de tecnologia sob demanda para grandes empresas. É nesse formato que Mergulhão observa como a inteligência artificial já passou a integrar o cotidiano dos desenvolvedores — muitas vezes antes mesmo de contar com autorização formal das organizações.

No início, essa incorporação ocorreu de maneira informal, com profissionais utilizando ferramentas como LLMs para acelerar entregas sem que houvesse aval das empresas. O movimento gerou entraves e levou à necessidade de criar políticas de governança para regular o uso de IA no desenvolvimento de código.

Mergulhão relata que esse cenário mudou rapidamente. "Felizmente hoje, quase a totalidade dos nossos clientes já liberaram, sejam via IAs internas, sejam outras IAs permitidas pela empresa, como o Copilot. Esse uso já é total e é uma realidade".

A comunidade criada pela Impulso já reúne mais de 160 mil profissionais de tecnologia em todo o Brasil, abrangendo não só programadores, mas também especialistas em cibersegurança, gestão de projetos e infraestrutura.

Para Mergulhão, porém, há limites claros para a substituição da experiência humana. "É bem improvável que, no curto prazo, a gente consiga substituir um entrevistador. O desenvolvedor, principalmente os mais sêniores, querem conversar com uma pessoa real. Não é uma realidade hoje falar com uma máquina para uma entrevista. Mas a IA pode sim capacitar os entrevistadores a fazerem melhores entrevistas."

As métricas e futuros da Impulso

Entre os avanços já em prática, o CEO destaca a análise de turnover, feita a partir de históricos de anos de atuação com profissionais de tecnologia. "A gente tem uma análise competitiva utilizando IA para prever quando o profissional eventualmente vai pedir para sair da empresa ou não tá comportando bem e a empresa vai ter que desligar. Isso já é uma realidade."

No futuro, a Impulso pretende ampliar o uso da tecnologia para análises automáticas de skills e comportamento dos profissionais. "O interessante é que a Impulso já faz todo o acompanhamento do profissional também, junto ao cliente. Então, essa camada analítica vem para fortalecer um processo que já é contínuo", conclui.

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