Lendário cineasta Werner Herzog afirma que filmes gerados por IA têm uma história, mas não tem alma

há 1 semana 10

O avanço da inteligência artificial na indústria audiovisual já é inegável. De efeitos especiais gerados por algoritmos a roteiros produzidos em segundos, o uso da tecnologia cresce em Hollywood e em plataformas de streaming. Mas o ponto crítico surge quando a máquina ameaça substituir o lado humano da criação.

Werner Herzog, diretor alemão por trás de clássicos como Aguirre, a Cólera de Deus e Fitzcarraldo, além de ator em produções recentes como The Mandalorian, fez críticas diretas à tendência em entrevista no podcast Conan O’Brien Needs a Friend.

“Histórias sem alma”

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O cineasta contou ter assistido a filmes e curtas criados totalmente por IA, desde roteiro até interpretação. Sua reação foi de desconexão total:
“Há uma história ali, mas tudo parece morto. São obras vazias, sem alma.”

Segundo ele, a produção automatizada gera apenas o “denominador comum mais baixo” do conteúdo disponível online. Em outras palavras, repete informações, mas não consegue transcender ou provocar emoção genuína — característica que, para Herzog, só a arte humana pode oferecer.

Entre utilidade e risco

O diretor não descarta o papel positivo da inteligência artificial. Herzog reconhece seu potencial quando aplicada a áreas como ciência, medicina, transportes ou até como ferramenta de apoio para estudantes e criadores.

Ainda assim, alerta para riscos sérios: do uso da tecnologia como instrumento de guerra e propaganda até a diluição da autenticidade cultural se as máquinas passarem a dominar a criação artística.

O futuro da verdade

Essas reflexões estão alinhadas com o novo livro de Herzog, The Future of Truth (O Futuro da Verdade), em que ele explora desafios éticos da era digital. O dilema central é claro: a inteligência artificial pode imitar com perfeição, mas jamais sentir.

Em um momento em que Hollywood debate contratos, direitos autorais e a fronteira entre humano e digital, o posicionamento de Herzog ecoa como um aviso. A tecnologia pode ser fascinante, mas a essência do cinema — a emoção que transcende a tela — continua, por ora, unicamente humana.

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