Meta libera Instagram sem anúncios no Reino Unido, mas isso tem um preço

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Arte com a logomarca da Meta ao centro e o rosto de Mark Zuckerberg abaixo. Na parte inferior direita está a logomarca do Tecnoblog.Lançamento ocorre após negociações com órgão de privacidade do Reino Unido (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Resumo

A Meta confirmou que irá lançar um novo modelo de assinatura paga no Reino Unido para usuários do Facebook e Instagram com 18 anos ou mais. A grande vantagem é a experiência sem anúncios nas plataformas, uma vitória para a big tech que chega após muita discussão com o órgão de fiscalização de privacidade do país, o Information Commissioner’s Office (ICO).

Apesar da mudança, a empresa afirma que a opção de continuar utilizando os serviços gratuitamente, com a exibição de anúncios personalizados, permanecerá disponível para todos.

A Meta começará a notificar os usuários britânicos sobre a nova opção de assinatura nas próximas semanas. Os interessados terão algumas opções para se inscrever nos planos sem anúncios. Para acesso via navegador, o custo será menor: 2,99 libras (aproximadamente R$ 21) por mês para cada rede social. Para os aplicativos móveis, seja no iPhone ou Android, o valor será de 3,99 libras mensais (quase R$ 30 na cotação atual).

A companhia atribuiu o preço mais elevado nos aplicativos às taxas de comissão cobradas pela Apple e pelo Google em suas lojas.

Capa Instagram FacebookReino Unido será laboratório para testar novo modelo de monetização da Meta (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Caminho diferente da União Europeia

O lançamento ocorre em um momento conturbado para a Meta, que busca conciliar seu modelo de negócios baseado em publicidade com as exigências de privacidade na Europa. Em 2023, a empresa chegou a lançar um modelo de assinatura semelhante nos países do bloco. No entanto, a medida foi alvo de críticas por parte de reguladores e defensores da privacidade, que argumentaram que o custo não oferecia aos usuários uma “escolha verdadeiramente livre”.

Em abril, a Meta foi multada em 200 milhões de euros (cerca de R$ 1,2 bilhão) após os reguladores concluírem que o sistema ainda violava regras antitruste. Apesar de a companhia de Zuckerberg ter ajustado o serviço para se alinhar às exigências, em julho, a Comissão Europeia solicitou novas alterações, sinalizando que a empresa poderia enfrentar multas diárias se as modificações fossem consideradas insuficientes.

Bandeiras da União EuropeiaIniciativa no Reino Unido contrasta com batalhas regulatórias e multas que a empresa enfrenta na UE (imagem: Thijs ter Haar/Wikimedia Commons)

O lançamento no Reino Unido, com aprovação de um regulador local, posiciona o país como um ambiente regulatório potencialmente mais favorável para as grandes empresas de tecnologia que exploram modelos de negócios alternativos.

Em comunicado, a big tech destacou a cooperação com o ICO e contrastou o resultado com as dificuldades encontradas na UE. “Essa abordagem e esse resultado diferenciam o Reino Unido da UE, onde temos mantido discussões semelhantes com os reguladores”, afirmou a empresa. O órgão britânico, por sua vez, manifestou apoio à iniciativa.

Um porta-voz do ICO declarou que a entidade “acolheu” o novo modelo de assinatura. “Isso afasta a Meta de direcionar anúncios aos usuários como parte dos termos e condições padrão para uso de seus serviços do Facebook e Instagram, o que deixamos claro que não está de acordo com a lei do Reino Unido”.

Vale destacar que a introdução do modelo de assinatura está, por enquanto, restrita ao Reino Unido. Ainda não há nenhuma previsão de lançamento ou expansão do serviço para outros mercados globais, como o Brasil.

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