O Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional (NIS) do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), com apoio da Polícia Civil do Rio de Janeiro, prendeu nesta sexta-feira, 26 de setembro, um homem apontado como um dos principais hackers responsáveis por ataques a sistemas governamentais, como o Sinesp e a Receita Federal. Ele também é associado a ataques cibernéticos com uso indevido de credenciais de servidores e magistrados em sistemas sob responsabilidade do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tais como Sisbajud, Renajud e BNMP.
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O suspeito tem mandado de prisão ativo, expedido pela Vara Federal Criminal/RJ, pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro. No âmbito do TJSC, está vinculado a pelo menos sete casos que envolvem expedição e revogação indevidas de mandados de prisão, além de alterações irregulares de Registros Judiciais Individuais (RJI).
A partir do primeiro caso registrado na Justiça catarinense, a equipe da Divisão de Inteligência iniciou trabalho conjunto com a Divisão de Segurança da Informação do CNJ e com a Delegacia de Crimes Cibernéticos da Polícia Federal (DIOE/CGCIBER/DCIBER/PF). A PF instaurou inquérito policial, que reuniu elementos concretos contra o suspeito e resultou na concessão de medidas cautelares.
Segurança Institucional
Em maio de 2025, equipes prenderam em Canoas/RS um suspeito relacionado ao caso Renajud, em operação conjunta com a Divisão de Investigação Criminal de Balneário Camboriú (PCSC). As diligências obtiveram dados robustos contra o hacker e embasaram pedidos de medidas cautelares.
Diante do risco de fuga e da ameaça à ordem pública, as autoridades confirmaram a existência de ordem judicial pretérita e cumpriram o mandado de prisão referente aos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro, enquanto avançam os demais inquéritos policiais.
De acordo com o desembargador Sidney Eloy Dalabrida, coordenador do NIS, “a atuação integrada do Tribunal de Justiça com os órgãos de investigação reforça a proteção de dados, a confiabilidade dos sistemas e a solidez da governança de segurança institucional do Judiciário”. Ainda segundo o magistrado, a prisão representa um avanço significativo nas investigações em curso, especialmente no que diz respeito à atuação de grupos especializados em fraudes digitais e invasões a sistemas judiciais e administrativos.
O desembargador Dalabrida acrescenta que a investigação da quadrilha se iniciou com a equipe da Segurança Institucional do TJRJ, que provocou a PF, juntando-se à investigação ora em tramitação encaminhada pelo NIS/TJSC para a mesma instituição policial.