Seu time está preparado para a 5ª Revolução Industrial?

há 1 semana 10

A Inteligência Artificial (IA) tornou-se a espinha dorsal da 5ª Revolução Industrial. Mais do que uma nova onda tecnológica, ela representa uma mudança estrutural na forma como trabalhamos, lideramos e desenvolvemos pessoas. Essa ferramenta digital tornou-se um novo paradigma em que a produtividade nasce da combinação entre inteligência humana e artificial. O verdadeiro desafio, nesse contexto, não é apenas dominar algoritmos, mas aprender a conduzir profissionais em um ambiente em que a tecnologia se torna parceira estratégica, ampliando capacidades em vez de substituí-las.

Os números mostram a força dessa transformação. O estudo "Sizing the Price of AI" ("Medindo o preço da IA") da PwC, realizado a pedido da Microsoft, estima que a IA pode adicionar até US$ 15,7 trilhões à economia global até 2030, em um movimento sem precedentes de transferência de valor. Ao mesmo tempo, cerca de 40% das empresas que hoje figuram na lista da Fortune 500 podem desaparecer caso não se adaptem. O impacto também chega ao mercado de trabalho. Milhões de funções repetitivas tendem a desaparecer até o fim da década, porém novas funções surgem em escala ainda maior, exigindo profissionais preparados para navegar nesse cenário.

É nesse ponto que o papel dos gestores de pessoas  se torna decisivo. A resistência à adoção da IA, na maioria das vezes, é cultural. As pessoas têm dúvidas, medos e receios sobre como a tecnologia afetará seu dia a dia. Líderes que compreendem isso conseguem acelerar a transformação, porque transformam incertezas em confiança, criam ambientes de experimentação segura e mostram, pelo exemplo, que a IA está a serviço do talento humano, e não contra ele.

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Os profissionais que mais se destacam nesse novo cenário não são apenas os especialistas técnicos. O diferencial está na combinação de pensamento crítico, adaptabilidade, inteligência emocional, criatividade e senso ético. Saber usar IA será importante, mas saber quando não usá-la será ainda mais valioso. Cabe ao líder reconhecer esses perfis, cultivá-los e oferecer condições para que prosperem, criando equipes com equilíbrio entre habilidades humanas e digitais.

Construir times preparados para essa realidade exige investimento em três frentes principais. Primeiro, a capacitação contínua: todos precisam desenvolver fluência em IA, não apenas os especialistas. Segundo, a criação de ambientes colaborativos e abertos à experimentação: a inovação nasce de ciclos curtos de testes, aprendizados e ajustes. Terceiro, a integração cultural: é preciso que a IA seja vista como parte natural da rotina de trabalho, incorporada ao fluxo de decisões, e não como ameaça ou substituta.

A experiência mostra que a adoção acontece em fases. Primeiro, vem a sensibilização e o engajamento, depois os ganhos de eficiência com automação, em seguida a integração da IA em produtos e serviços já existentes e, por fim, a reformulação estrutural de processos, em que agentes autônomos atuam com mínima supervisão humana. Cada etapa depende de líderes atentos, capazes de apoiar suas equipes, reduzir resistências e traduzir a tecnologia em valor prático.

O futuro aponta para sistemas cada vez mais sofisticados, personalizáveis e multimodais. Isso trará oportunidades, mas também exigirá de líderes maior sensibilidade para equilibrar resultados de curto prazo com desenvolvimento humano de longo prazo. A maneira como gestores conduzem suas equipes hoje determinará se elas estarão preparadas para esse futuro ou se serão ultrapassadas por ele.

A 5ª Revolução Industrial não será vencida pela tecnologia sozinha, mas sim pela capacidade de liderança em mobilizar pessoas para crescer junto dela. Liderar, nesse contexto, é inspirar confiança, cultivar talentos híbridos e criar uma cultura em que humanos e máquinas trabalham lado a lado, em parceria.

Thiago Saldanha, CTO da Evertec Brasil.

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