TIM considera vender rede neutra de fibra óptica

há 1 mês 13
Celular com logo da TIMEstratégia envolve vender participação majoritária para investidores (ilustração: Vitor Pádua /Tecnoblog)
Resumo
  • TIM avalia vender rede neutra de fibra óptica para investidores.
  • Santander assessora estruturação da operação.
  • Empresa manteria 25% da nova companhia e seguiria usando a rede.

A operadora TIM pode vender sua participação na I-Systems, a empresa que opera sua rede neutra de fibra óptica. O movimento começou a ganhar força no início do segundo semestre de 2025 e visa replicar o sucesso de operações similares já realizadas no setor de telecomunicações, mas ainda enfrenta obstáculos.

A informação surgiu durante a divulgação dos resultados financeiros da TIM no segundo trimestre, realizada na última quinta-feira (31). A companhia contratou o banco Santander para assessorar o processo, que já atrai o interesse de pelo menos quatro empresas do setor: V.tal, Vero, Alloha e Unifique.

A potencial transação envolve a estrutura de cabos e equipamentos que permitem a oferta de serviços de banda larga fixa e ocorre em um momento de mudanças no mercado nacional de banda larga fixa. O plano é resolver um arranjo que, segundo divulgado por fontes como o portal Pipeline, tornou-se desvantajoso para a operadora.

Em busca de otimizar investimentos, a TIM mira uma possível venda total ou parcial de sua fatia de 49% na I-Systems, criada a partir da separação dos ativos de banda larga residencial da empresa.

No final do primeiro semestre de 2025, a participação da TIM na I-Systems estava avaliada em R$ 1,3 bilhão. A empresa de fibra, por sua vez, possuía R$ 2 bilhões em ativos totais e registrou um prejuízo líquido de R$ 106,9 milhões no mesmo período.

Atualmente, a rede da I-Systems atende 788 mil clientes de banda larga da TIM, um número que, embora relevante, posiciona a operadora como uma das menores em termos de market share de fibra óptica.

A venda do ativo permitiria à companhia levantar capital para focar em áreas consideradas mais estratégicas, como a expansão da tecnologia 5G, e ao mesmo tempo, garantir acesso à infraestrutura de fibra por meio de um contrato de aluguel de longo prazo com o futuro controlador da rede.

Players do mercado financeiro também estariam interessados, como os fundos Brookfield, I-Squared e Digital Bridge, que já possuem histórico de aquisições no setor.

Celular com logo da TIMOperadora busca replicar modelo de sucesso da Vivo, que vendeu sua rede para fundos de investimento (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Desafios e próximos passos

O processo de venda, no entanto, enfrenta obstáculos, como a questão regulatória e a complexidade de separar a rede. Há um emaranhado de contratos de compartilhamento, acordos de uso de postes e outras questões operacionais que precisam ser resolvidas para que o ativo se torne um negócio independente e atraente para os investidores. A operadora também tem que garantir que a separação não afete a qualidade de seus serviços.

A TIM segue em conversas preliminares com os potenciais compradores para avaliar preços e possíveis condições comerciais. A transação, se concretizada, poderá ter um impacto significativo no mercado de telecomunicações brasileiro. Com a potencial venda, a companhia ganharia caixa extra para focar também nas operações de varejo e na disputa por clientes no mercado de serviços móveis e fixos.

A consideração da venda insere-se em uma tendência de reestruturação no mercado brasileiro de redes neutras de fibra. As operadoras têm buscado modelos que lhes garantam mais controle. Recentemente, a Telefônica Brasil, dona da marca Vivo, recomprou os 50% da sua rede de fibra, a FiBrasil, que estavam nas mãos do fundo canadense CDPQ.

Em outro movimento estratégico, a V.tal, controlada pelo BTG Pactual e que nasceu da operação de fibra da Oi, adquiriu a carteira de clientes de varejo da própria Oi para lançar o provedor de internet Nio.

O que é a rede neutra?

Uma rede neutra é uma infraestrutura de fibra óptica compartilhada que pode ser utilizada por múltiplas operadoras de internet, telefonia ou TV por assinatura. Em vez de cada empresa construir sua própria rede, um único provedor especializado constrói e mantém a rede neutra, alugando-a para outras empresas.

Cabo de fibra ópticaCabo de fibra óptica (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Isso permite que as operadoras reduzam custos, acelerem a expansão de seus serviços e se concentrem em atrair e atender seus clientes, enquanto o proprietário da rede neutra cuida da infraestrutura física.

Com informações do Pipeline e Teletime

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