A Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (ABRAPLEX) firmou um acordo de cooperação com a Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) para intensificar o combate à distribuição ilegal de conteúdos audiovisuais no Brasil. A iniciativa busca ampliar a atuação conjunta de entidades do setor privado e órgãos públicos no enfrentamento à pirataria digital, que gera perdas estimadas em mais de R$ 15 bilhões por ano, segundo dados da ABTA.
O anúncio da parceria foi realizado durante a Expocine 2025, em São Paulo, no painel “Cortando o Sinal: a guerra silenciosa contra a pirataria digital”. O evento contou com a participação do diretor-presidente da ANCINE, Alex Braga, que destacou a importância da mobilização multissetorial. “Temos cinema, televisão e plataformas se alinhando por um tema estratégico para o desenvolvimento da indústria audiovisual brasileira”, afirmou.
A aliança entre ABRAPLEX e ABTA se soma aos esforços de uma rede que já conta com o apoio da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), da ANCINE, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, do Ministério Público, da Receita Federal e do Procon. Essa articulação tem como objetivo identificar, bloquear e coibir operações ilegais de distribuição de conteúdo, incluindo transmissões não autorizadas por plataformas digitais, redes sociais, sites e aplicativos.
De acordo com o presidente da ABRAPLEX, Marcos Barros, a pirataria tem impacto direto na sustentabilidade econômica das salas de cinema. “Hoje temos filmes transmitidos ilegalmente nas redes sociais no momento da estreia. Isso prejudica a adesão do público e compromete o único momento de rentabilidade do circuito exibidor”, declarou.
A Anatel tem atuado com operações regulares de apreensão de equipamentos irregulares, como receptores de TV Box não homologados, que viabilizam o acesso ilegal a canais pagos e plataformas de vídeo. Em setembro e outubro, a agência lacrou mais de 45 mil produtos na Bahia e apreendeu cerca de 1,7 milhão de metros de cabos clandestinos em São Paulo. Também foram confiscados eletrônicos na Paraíba e em Santa Catarina.
Oscar Simões, presidente da ABTA, afirmou que a entrada da ABRAPLEX na rede de cooperação é estratégica para ampliar o escopo das ações. “A participação de todos os stakeholders desse ecossistema é fundamental para ampliar o combate à pirataria, que prejudica toda a sociedade”, disse.