Amazon Kuiper busca parceiros na América Latina e aposta em intergração com AWS

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Foto: Amazon

O projeto Kuiper da Amazon se prepara para lançar o serviço comercial de Internet via satélite em 2026. Enquanto esse momento não chega, a companhia busca avançar no modelo de parceiros no Brasil e na América Latina. Durante o Congresso Latinoamericano de Satélites nesta quinta-feira, 9, o consumer lead da região, Bruno Soares Henriques, detalhou os planos da operadora. 

Segundo Bruno Soares Henriques, a estratégia da Amazon é de colaboração com todo o ecossistema, com a busca por parceiros em diferentes frentes. O executivo citou como exemplo a parceria com a rede nacional de banda larga da Austrália (NBN), que foi criada para executar o programa para a migração tecnológica por lá, "saindo do geoestacionário para os satélites de baixa órbita", e a parceria já anunciada com a DirecTV (Sky no Brasil) para oferta de serviços residenciais de banda larga. "Estamos abertos para fazer negócios com parceiros. Essa é a nossa postura". 

 A busca por alianças tem um aspecto diferencial especialmente relevante no mercado empresarial (B2B). O executivo disse que, no Brasil, a companhia já está "evoluindo nesse sentido", sem mencionar contratos específicos. Segundo ele, a empresa está à procura de "early adopters" na região, que são clientes que desejam ser os primeiros a usar a tecnologia. Mas uma coisa já é evidente: a trajetória B2B da Amazon Kuiper se dará em forte proximidade com a AWS (serviço de cloud services da Amazon que é lider no mercado).

Até que a constelação esteja pontoa, a Amazon Kuiper refina os produtos. "Já estamos com o portfólio oferecendo serviços que, por enquanto, ainda não estão disponíveis e comercializáveis. Mas já fizemos testes. Em um terminal, por exemplo, conseguimos 1,7 Gbps de velocidade de download", comentou Henriques. De acordo com ele, a estratégia agora é "sentar com os parceiros" para conversar e "entender como essa infraestrutura no espaço consegue ajudar" os diferentes negócios.

Integração com AWS

Bruno Soares Henriques apontou a integração total do Kuiper com a Amazon Web Services (AWS) como aposta da empresa para se diferenciar no mercado. Ele explicou que a companhia está construindo uma rede terrestre com mais de 400 gateways no mundo, todos conectados "via fibra ao backbone da AWS".

"A operadora já nasce como uma enterprise grade, porque ela está 100% integrada à rede da AWS. Tudo o que você consegue fazer na AWS, você consegue fazer no Kuiper", afirmou. Segundo ele, "todos os serviços de nuvem, de storage, de processamento, de redes privativas", bem como "todo tipo de aplicações de inteligência" estarão disponíveis para os clientes via  corporativos do sistema via satélite. MAs ele deixa claro que quem comercializará a conectividade não será a AWS, e sim a Kuiper.

Lançamentos

O projeto para rivalizar com a Starlink atingiu a marca de mais de 100 satélites no espaço em agosto. Mas a meta subir esse número para 3.232 em operação até 2029. Metade desse total precisa, em teoria, estar em órbita até julho de 2026 para cumprir com o combinado estabelecido entre Amazon e a Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC, que funciona de forma parecida como a brasileira Anatel).

A SpaceX, uma das parceiras da Amazon, estava preparando para lançar mais 24 satélites do Kuiper na próxima sexta-feira, 10. Mas o plano foi adiado para o dia 11 de outubro por conta do mau tempo na Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral.

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