Anatel: Baigorri defende padronização global para o 6G

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O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, afirmou nesta terça-feira, 23 de setembro, que o Brasil deve ter papel ativo na construção do ecossistema global do 6G. O discurso ocorreu na abertura do evento HUDDLE 2025, promovido pelo Wireless World Research Forum (WWRF), realizado pela primeira vez na América Latina, na sede da agência reguladora em Brasília.

Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

Segundo Baigorri, a experiência das gerações anteriores mostra que a padronização tecnológica e a harmonização do espectro de radiofrequências são elementos fundamentais para garantir conectividade universal.

“O advento do 3G, por volta de 2007, nos mostrou que, quando temos padrões globais para tecnologia móvel, conseguimos reduzir custos e gerar benefícios para as economias em todo o mundo. A padronização é a chave para garantir que possamos conectar à internet sem deixar ninguém para trás. Hoje, ainda temos 2,6 bilhões de pessoas em todo o mundo sem conectividade”, declarou.

Ele alertou que a fragmentação de normas e frequências pode encarecer a conectividade, especialmente em países em desenvolvimento. Nesse sentido, destacou a importância da faixa de 6 GHz para a futura implantação do 6G.

“Quando olhamos para o ciclo da CMR, vemos quão importante a harmonização será, especialmente para a faixa de 6 GHz e para o 6G. Este é um tópico que tem impulsionado nossas discussões para os próximos anos. O Brasil tem uma visão clara sobre este assunto, e é importante que consigamos harmonizar o uso das frequências — não apenas esta banda específica, mas todas elas — para garantir que temos um padrão global do qual todos nós podemos nos beneficiar”, afirmou.

Nova economia espacial

O presidente da Anatel também chamou atenção para os desafios da chamada “nova economia espacial”, em especial no contexto das megaconstelações de satélites não geoestacionários.

“Reguladores em todo o mundo estão enfrentando desafios a respeito disso e, certamente, quando olhamos para os itens da agenda da próxima Conferência Mundial de Radiocomunicações, essa questão está no centro. Movimentos recentes no mercado sobre espectro para mega-constelações são um alerta para os reguladores entenderem e se concentrarem nesses novos desafios”, disse.

Baigorri reforçou o papel histórico da União Internacional de Telecomunicações (UIT) para garantir o acesso equitativo a órbitas e espectro, ressaltando que esse equilíbrio está em risco.

“Hoje, vemos esse acesso equitativo em risco. É por isso que o Brasil e muitos outros países se uniram para avançar essas discussões, buscando maneiras de garantir equidade e sustentabilidade no contexto dessa nova economia espacial”, acrescentou.

Transição para o 6G

Ao encerrar sua fala, Baigorri destacou a necessidade de uma abordagem integrada entre governos, indústria e academia na transição para o 6G.

“Cada geração de comunicações móveis eleva as expectativas da nossa população e das nossas economias. É realmente importante que todos estejamos na mesma página, mirando na mesma direção, para que possamos avançar juntos.”

A mesa de abertura contou ainda com a participação de autoridades internacionais, entre elas o diretor do Bureau de Radiocomunicações da UIT, Mario Maniewicz.

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