A EAÍ Telecom precisou converter interconexões indiretas em diretas com outras operadoras em razão de falhas nos serviços da Oi em 2025, especialmente no segundo trimestre. A mudança teve como objetivo manter a estabilidade da operação de telefonia fixa em cidades do interior, principalmente no sudoeste do Paraná, conta ou CEO, Rosauro Baretta, em entrevista ao Tele.Síntese.
A empresa, que atua em mais de 1.200 municípios com o modelo white label voltado a provedores de internet, também opera como MVNO e defende maior estímulo à concorrência no setor. “Na maioria das cidades onde a gente atende, a Oi era concessionária. Tínhamos muitas interconexões indiretas com outras operadoras que dependiam da Oi”, contou Baretta, na Futurecom 2025. “Entre abril e junho, algumas cidades praticamente pararam de funcionar. Tivemos que correr para converter as interconexões indiretas para diretas”, disse.
Segundo Baretta, o processo normalmente exige alguns meses, mas foi acelerado com a colaboração de outras operadoras. “A situação afetava o ecossistema como um todo. Conseguimos realizar os ajustes em menos tempo”, afirmou. A empresa descartou interesse em adquirir ativos da Oi. “Nas cidades do interior, a rede é muito legada. Já fizemos os investimentos necessários”, explicou.
MVNOs, PGMC e software próprio
Além do STFC, a EAÍ Telecom opera como MVNO com foco em parcerias white label. A companhia tem 58 mil linhas móveis ativas e cerca de 80 provedores integrados ao seu sistema. Para Baretta, o novo Plano Geral de Metas de Competição (PGMC), aprovado recentemente pela Anatel, precisa ser monitorado quanto à efetividade no incentivo à competição.
“Eu sempre escuto que a Anatel é uma agência que incentiva a competição. Isso é muito importante para o consumidor. Se não aumentar a competição, espero que ela revise essa decisão”, afirmou. Ele diz que o Brasil tem menos de 3% de participação das MVNOs no total de acessos móveis — um percentual que considera baixo.
Atualmente, a EAÍ é parceira de negócios da Datora, e Baretta confirmou que os impactos do PGMC nas relações entre MVNOs e operadoras de rede ainda estão em avaliação. “Estamos vendo com eles como isso vai caminhar”, declarou.