Indústria mais que dobra uso de inteligência artificial em dois anos, aponta IBGE

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A adoção de tecnologias digitais avançadas pelas empresas industriais brasileiras com 100 ou mais empregados atingiu 89,1% em 2024, segundo a edição mais recente da PINTEC Semestral, divulgada nesta terça-feira, 24, pelo IBGE. O destaque do levantamento é a inteligência artificial, que passou a ser utilizada por 41,9% das empresas, mais do que o dobro do percentual registrado em 2022 (16,9%).

Entre as tecnologias mapeadas, a computação em nuvem segue como a mais utilizada, presente em 77,2% das empresas. Em seguida aparecem a Internet das Coisas (50,3%), robótica (30,5%), big data (27,8%) e manufatura aditiva (20,3%).

A inteligência artificial tem maior incidência em atividades administrativas (87,9%), de comercialização (75,2%) e de desenvolvimento de produtos e serviços (73,1%). Já na área de produção, a taxa caiu de 56,4% em 2022 para 52% em 2024.

A pesquisa destaca ainda que todas as 10.167 empresas investigadas nas indústrias extrativas e de transformação utilizavam informação digital em pelo menos uma área de negócio. Em 2024, mais de 90% apresentaram algum grau de digitalização em suas funções, com destaque para Administração (99,4%), Comercialização (95%) e Logística (94,4%).

Computação em nuvem tem uso transversal

A computação em nuvem apresentou crescimento de 3,6 pontos percentuais em relação a 2022. A tecnologia é amplamente utilizada nas áreas de Administração (94,9%), Comercialização (82,5%), Desenvolvimento de produtos (77,3%), Logística (75%) e Produção (73%).

A Internet das Coisas aparece como segunda tecnologia mais difundida, com uso expressivo na área de produção (82%), enquanto apresenta queda em funções administrativas e comerciais em relação a 2022.

A robótica é utilizada por 30,5% das empresas industriais com 100 ou mais ocupados. O uso é mais expressivo na produção (92,8%), seguido do desenvolvimento de projetos (55,6%). Já a manufatura aditiva, ou impressão 3D, manteve crescimento discreto, alcançando 20,3% das empresas.

Em 2024, 85,7% das empresas adotaram ao menos uma medida de segurança da informação digital. O antivírus continua sendo o recurso mais comum (98,4%), seguido de controle de acesso à rede (95,7%), atualização de software (95,3%) e criptografia (68,2%) — essa última com o maior avanço frente a 2022.

Por outro lado, campanhas educativas e treinamentos em cibersegurança foram adotados por apenas 55,9% das empresas, praticamente estável em relação a 2022.

Custo e falta de pessoal ainda são entraves

Entre as empresas que não adotaram nenhuma das tecnologias avançadas mapeadas (10,9% do total), os principais obstáculos foram os altos custos (74,3%) e a falta de pessoal qualificado (60,6%). Também foram citadas a escassez de recursos financeiros (50,8%) e a ausência de programas de apoio (48,5%).

Já entre as empresas que adotaram ao menos uma tecnologia, 90,3% apontaram aumento da eficiência como principal benefício. A flexibilidade nos processos (89,5%) e a melhoria no relacionamento com clientes e fornecedores (85,6%) completam os três principais ganhos reportados.

A PINTEC Semestral também mapeou a incidência de programas públicos ou privados de incentivo à adoção de tecnologias digitais. Em 2024, 9,1% das empresas investigadas utilizaram esse tipo de apoio. A cobertura foi maior entre as empresas de maior porte: 13,9% das que têm 500 ou mais empregados relataram acesso a programas de fomento.

Teletrabalho recua

O uso do teletrabalho caiu de 47,8% em 2022 para 42,9% em 2024. A modalidade permanece mais comum na Administração (94,6%), seguida de Comercialização (85%) e Desenvolvimento de projetos (66,4%). A área de produção segue como a menos aderente ao trabalho remoto, com 35,5%.

A PINTEC Semestral é uma versão atualizada e mais frequente da tradicional Pesquisa de Inovação (PINTEC), realizada pelo IBGE em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os dados desta edição têm como base empresas industriais com 100 ou mais pessoas ocupadas, abrangendo os setores extrativo e de transformação. (Com assessoria de imprensa)

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