Sem acordo, Serede e V.tal travam disputa sobre contrato e pagamentos a trabalhadores

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A Serede, empresa do grupo Oi, informou na noite desta quarta-feira, 24, que foi encerrada, sem acordo, a mediação em curso com a V.tal/BTG sobre o contrato de prestação de serviços entre as duas empresas, que se termina em 30 de setembro de 2025. O contrato previa a alocação de 2.500 trabalhadores da Serede exclusivamente para a operação da V.tal, que decidiu não renovar a parceria.

Segundo a Serede, a empresa buscava uma solução que garantisse a integridade dos direitos trabalhistas, incluindo pagamento de rescisões sem justa causa e manutenção do Acordo Coletivo de Trabalho vigente pela empresa que assumir a operação. A prestadora afirma que não houve qualquer aporte adicional por parte da V.tal, além do pagamento das faturas por serviços já executados.

A empresa também contesta comunicado da V.tal, que sugeria a existência de um acordo para destinação direta de recursos aos trabalhadores. A Serede alerta que a interrupção abrupta do contrato, sem um processo de transição estruturado, pode causar impactos à operação da NIO, controlada pela V.tal/BTG.

Durante as negociações mais recentes, a Serede diz ter sido surpreendida com o depósito em juízo de valores referentes a serviços já prestados. Segundo a companhia, essa medida cria insegurança jurídica e ameaça a continuidade do pagamento de salários e benefícios. A empresa afirma estar em dia com as obrigações trabalhistas.

V.tal diz que Oi tentou redirecionar recursos

Em nota, a V.tal afirma que a Oi, controladora da Serede, recusou a proposta de destinar os valores devidos diretamente ao pagamento das verbas rescisórias e salários dos trabalhadores. A empresa acusa a Oi de buscar outras finalidades para os recursos e justifica o depósito judicial como uma forma de garantir a destinação correta dos valores.

A V.tal reforça que não possui responsabilidade legal sobre os passivos da Oi, por ter sido constituída como Unidade Produtiva Isolada (UPI), mas afirma que tem atuado com transparência para proteger os direitos dos trabalhadores. A companhia diz estar aberta a um novo diálogo para uma solução consensual.

A decisão da V.tal de não renovar o contrato com a Serede já havia sido noticiada pelo Tele.Síntese em setembro, com a previsão de que cinco empresas — Icomon, Telemont, Ability, Tel e R2T — assumam os serviços a partir de outubro. Também foi relatada uma proposta da V.tal para que o pagamento das últimas faturas da Serede fosse direcionado, via sindicato, a mais de 1.100 trabalhadores a serem contratados pelas novas prestadoras, com um banco de talentos para possíveis recontratações.

A V.tal também afirma que já conta com outras prestadoras de serviços de rede (PSRs) e que ja vem trabalhando junto a essas PSRs para que assumam os serviços em substituição à Serede, cujo contrato se encerra no dia 30. “A decisão da V.tal pela não renovação do contrato se deu após processo competitivo com vários fornecedores e avaliação da melhor proposta considerando indicadores técnicos-operacionais, comerciais e de eficiência, com foco em oferecer os melhores serviços aos clientes. Dessa forma, a companhia reforça que conduz a transição de forma responsável, para que não haja impacto na operação da Nio e demais empresas clientes”.

E conclui dizendo que “a prioridade da companhia permanece sendo a boa-fé nas relações com parceiros, a segurança jurídica, a estabilidade operacional e a qualidade dos serviços prestados”.

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