Setor cobra retorno de investimentos em debate sobre sustentabilidade de redes

há 1 semana 11

O presidente executivo da TelComp, Luiz Henrique Barbosa, alertou que os investimentos, e a consequente sustentabilidade, em redes de transmissão e data centers demandam alto volume de capital e precisam de retorno garantido. A fala aconteceu durante o painel sobre infraestrutura digital e sustentabilidade de rede nesta quarta-feira (1º), no Futurecom 2025.

 Painel sobre sustentabilidade de rede, no FUTURECOMFoto: Painel sobre sustentabilidade de rede, no FUTURECOM

Ele defendeu maior coordenação entre os atores para evitar sobreposição de consultas públicas e iniciativas desconexas: “O ecossistema é todo ligado e dependente. Hoje o data center está em evidência, mas temos que ver o conjunto como um todo”, afirmou.

Durante o painel, governo e entidades do setor discutiram sobre regulação e uso de energia para data centers. Enquanto o setor cobrava, o governo defendeu a regulação integrada e política digital. Representantes do Ministério das Comunicações (MCom), da Anatel, da Conexis Brasil Digital, da TelComp, da Neo e da Aliança pela Internet Aberta (AIA) participaram do painel.

Juliano Stanzani, diretor do Departamento de Política Setorial do MCom, destacou que a renovação das redes é uma necessidade contínua, acompanhando a transformação digital da sociedade. Segundo ele, o governo tem buscado estruturar políticas de longo prazo: “Estamos diante de fornecedores de serviços digitais e o governo viabilizou uma gama de serviços digitais em conjunto para melhor atender à necessidade da população brasileira”, disse. Para ele, a contemporaneidade da universalização digital exige articulação entre regulação, tributos e energia limpa.

Para além da temática original do painel, que era a sustentabilidade de rede de telecomunicações, os painelistas acabaram por centralizar o debate na questão energética.

O presidente da Conexis, Marcos Ferrari, disse que o Brasil tem condições de se tornar “o maior hub de data centers do mundo” devido à matriz energética diversificada e ao excesso de energia limpa, embora reconheça gargalos na transmissão. A posição foi corroborada por Priscila Honório, gerente de Acompanhamento Econômico da Anatel, que apontou o transporte de energia como principal obstáculo à expansão.

Rodrigo Shcuch, presidente da Associação NEO, acrescentou que as redes descentralizadas oferecem oportunidades de ganhos de eficiência energética, reforçando que os data centers devem ser vistos como parte de uma estratégia mais ampla de infraestrutura digital.

Ler artigo completo