Ampliação do uso de IA para redes e atendimentos e integração de dados são alguns dos recursos que operadoras e fornecedoras como TIM, Nokia e Engineering estão implementando em seus sistemas.
A TIM, por exemplo, adota a assistente virtual TAIS (TIM AI System) em 100% do call center para apoiar mais de 8 mil atendentes. Segundo a companhia, a solução opera com taxa média de precisão superior a 90% sem intervenção humana. A avaliação dos clientes cresceu cerca de 16% no último ano, informa a empresa. Um copiloto de IA integrado às ferramentas internas reduz em até 30% o tempo médio de atendimento. A TIM também usa IA generativa com Speech Analytics para transcrever e analisar 100% das ligações e gerar insights quase em tempo real.
“A inteligência artificial é uma aliada estratégica para garantir qualidade de serviços, eficiência operacional, produtividade, novas oportunidades de receitas e evolução da experiência dos nossos clientes”, afirma Auana Mattar, CIO da TIM Brasil.
Na infraestrutura, a TIM relata IA preditiva em toda a rede, com assertividade acima de 85% na detecção antecipada de inconsistências e redução de 15% nas intervenções corretivas, com priorização de ações preventivas. A empresa combina IA, edge computing e 5G para casos que exigem baixa latência e decisões em tempo real.
A Nokia descreve o uso transversal de IA em redes fixas e móveis, com foco em otimização automática, prevenção de falhas, gestão inteligente de tráfego e cibersegurança. De acordo com a fornecedora, clientes têm observado reduções significativas de Opex, e há economia de energia por algoritmos que ajustam a operação conforme demanda, com potencial de reduzir emissões em até 30% e economias de ~40% nas redes de Core 5G. A companhia também destaca recursos de Agentic-AI para automação de orquestração, garantia e conformidade, além da suíte Nokia NetGuard para detecção e resposta rápida a ameaças.
Enquanto a TIM aponta a AI Academy, com treinamento de 100% dos colaboradores (cerca de 10 mil pessoas), do estágio à liderança, para uso estratégico de IA e automação, a Nokia cita o emprego de gêmeos digitais e RPA em manufatura e suporte (controle de qualidade, inventário e processamento de chamados) para diminuir tarefas repetitivas.
A Engineering chama atenção para o risco de dados fragmentados e defende arquitetura API-first e governança como pré-requisito para escalar IA. A empresa oferece a plataforma DHuO – API & Data Integration, orientada à gestão de APIs e integração de sistemas e dados, aplicada em setores como telecomunicações, saneamento e indústria. A estratégia envolve canais de parceiros para expansão na América Latina e reforço em segmentos como financeiro, saúde e varejo.