A Space42, companhia de tecnologia espacial sediada nos Emirados Árabes Unidos, e a norte-americana Viasat anunciaram hoje, 22 de setembro de 2025, a criação da Equatys, joint venture destinada a oferecer serviços globais Direct-to-Device (D2D) e a apoiar a evolução dos atuais Serviços Móveis por Satélite (MSS) para o ambiente 5G.

Segundo as empresas, a nova entidade terá acesso a mais de 100 MHz de espectro harmonizado já alocado em 160 mercados, considerado o maior bloco de espectro coordenado do mundo para MSS. A infraestrutura será compatível com o padrão 3GPP Non-Terrestrial Network (NTN Release), permitindo conexão direta a smartphones e dispositivos IoT convencionais.
Modelo de “torre espacial”
A Equatys foi concebida no formato de uma provedora de infraestrutura neutra, em modelo multi-inquilino, que poderá ser compartilhado por diversas operadoras licenciadas. O conceito é descrito pelas parceiras como uma espécie de “space tower company”, que complementa as redes terrestres, reduz custos de capital e melhora a utilização do espectro.
A iniciativa também prevê rodadas de aporte em fases, permitindo a entrada de novos investidores estratégicos e financeiros. A governança foi estruturada para permitir a participação de governos na operação ou propriedade de ativos, mantendo a soberania de dados nacionais e incentivando o desenvolvimento local de tecnologias espaciais e terrestres.
Convergência satélite-terra
De acordo com Mark Dankberg, CEO da Viasat, a Equatys permitirá uma rede multi-órbita em escala, com arquitetura aberta baseada em padrões 5G New Radio (NR). A proposta é oferecer capacidade de forma eficiente em custos, ampliando aplicações em áreas críticas como segurança aérea, terrestre e marítima.
Para a Space42, a iniciativa atende a um objetivo histórico da indústria: combinar a escala das redes móveis terrestres com a cobertura do espaço. O projeto avança a partir de um memorando de entendimento assinado em março deste ano e prevê início das operações comerciais em até três anos.
O desenho da infraestrutura segue princípios de sustentabilidade, com foco em minimizar a pegada orbital e maximizar o uso de recursos espaciais. A expectativa é que a plataforma, baseada em padrões globais, ajude a viabilizar a expansão de redes não-terrestres e de serviços D2D em escala mundial. (Com assessoria de imprensa)