A Claro empresas testou durante a edição de 2025 da Futurecom, encerrada nesta quinta-feira, 2, em São Paulo, uma tecnologia de fatiamento de rede (network slicing) baseada em sua rede 5G pública.
O teste foi habilitado com tecnologia da Ericsson, usando a faixa de 3,5 GHz. Na "fatia" de rede se conectaram a maioria dos recursos apresentados pela Claro nos três dias de evento, como dispositivos de realidade virtual e um robô inteligente de delivery do iFood e Synkar que circulou pela feira.
Segundo Alexandre Gomes, diretor de marketing da Claro empresas, uma das ideias era demonstrar a maturidade crescente do ecossistema de dispositivos 5G, compatíveis com os usos mais sofisticados da rede. Ao lado das redes privativas (ou conjugado a elas), o slicing é uma das apostas para a monetização do 5G no segmento corporativo.
Murilo Barbosa, VP de Negócios da Ericsson, também vê cenário propício para a tecnologia – sobretudo em meio a um momento de convergência entre redes móveis, IA e cloud. Os setores de entretenimento, indústria e missão crítica seriam os primeiros demandantes, aponta.
Em grandes eventos, o fatiamento de rede já tem sido usado no uplink de sinais de transmissão ou na operação de maquininhas de pagamento, para evitar o congestionamento da rede comum. Nos Estados Unidos, o slicing de rede já é utilizado no suporte a serviços de emergência, relata Barbosa.
Em um horizonte de alguns anos, o fatiamento também pode chegar ao consumidor final, embora haja preocupação de contrariedade à neutralidade de rede. A Ericsson acredita que tal debate deve amadurecer e que a regra não será um empecilho para serviços coerentes baseados no fatiamento.
Já a Claro vislumbra formas de entrega ao consumidor final como o B2B2C (Business to Business to Consumer). Por exemplo, um plano específico ofertado em grandes eventos, que permitia aos espectadores acesso a conteúdo exclusivo com ajuda do slicing, afirma Alexandre Gomes.