Oi projeta 'virada operacional' em resposta a watchdog da recuperação judicial

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Foto: Divulgação/Oi

Em documento enviado à 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que supervisiona sua recuperação judicial, a Oi questionou as conclusões de um laudo apresentado no início de setembro pelo observador (watchdog) do processo – e que indicava a ausência de perspectivas futuras de sustentabilidade na empresa.

A resposta da Oi foi divulgada nesta quinta-feira, 25, na forma de um comunicado ao mercado. Segundo a operadora, o relatório do observador judicial (o advogado Adriano Pinto Machado) não teria avaliado a viabilidade econômico-financeira da Oi no médio e longo prazo, quando uma "virada operacional" é projetada pela empresa.

O watchdog, vale lembrar, foi nomeado pelo juízo da recuperação da Oi como forma de ampliar o acompanhamento das atividades da tele. À pedido da juíza Simone Gastesi Chevrand, o advogado realizou avaliação para subsidiar decisão da Justiça sobre um pedido de aditamento no plano de recuperação da operadora, proposto em julho.

O laudo (que avaliou período entre maio de 2024 e julho de 2025) aponta que a Oi tem operado com margem bruta predominantemente negativa e de forma dependente de efeitos extraordinários para manter a atividade empresarial. O watchdog também projetou a Oi com caixa suficiente para no máximo mais nove meses de funcionamento.

A operadora, por sua vez, alega que o cenário de insustentabilidade das contas no curto prazo é justamente a razão da proposta de aditamento ao plano de recuperação judicial, que ainda depende de aval da Justiça para ser discutido.

"Em qualquer recuperação judicial são enfrentados percalços, como o descasamento do fluxo de caixa e a dificuldade de geração de resultados operacionais positivos suficientes para fazer frente às obrigações da devedora, o que pode decorrer tanto de situações externas pontuais, quanto de alterações estruturais mais profundas de mercado", alegou a Oi.

"A compreensão da viabilidade econômico-financeira da companhia não pode ser feita de maneira superficial, à luz de constatações circunstanciais sobre os resultados operacionais pretéritos e a situação financeira no curto prazo. Deve, necessariamente, ser realizada à luz de seu plano estratégico, o que envolve modelagens e projeções complexas de resultado operacional no médio e no longo prazo", completou a tele.

Neste sentido, pontos destacados pela Oi foram a perspectiva de redução de custos a partir de 2026, na medida em que a desativação da rede legada ser concluída; o futuro da Oi Soluções, unidade classificada pela empresa como "altamente promissora"; e a equalização de questões trabalhistas, cíveis e fiscais que a companhia tem perseguido.

Embora argumentando que a "dependência de receitas extraordinárias é transitória", a Oi também destacou perspectiva de novas alienações de ativos, incluindo mais de 7 mil imóveis disponíveis para venda e a fatia de 27% da Oi na V.tal, pela qual a empresa espera entre R$ 11 bilhões e R$ 13,5 bilhões.

Admissibilidade

No documento à Justiça, a Oi também defendeu que o juízo da recuperação judicial não teria competência para aferir previamente a viabilidade econômica de planos de recuperação. A empresa aponta que tal decisão depende exclusivamente dos credores.

"Desse modo, requer-se a publicação do edital dando ciência aos credores do aditamento apresentado, com a consequente convocação de Assembleia Geral de Credores", solicitou a Oi, em referência ao pedido de mudanças no plano atual de recuperação. A proposta prevê repactuação com credores trabalhistas e fornecedores parceiros, entre outros pontos.

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