TeiaH: mudanças de endereço movimentam 'rouba-monte' na banda larga

Luciano Sperb Castagnino, da TeiaH

O hub de conexão e inteligência de dados para provedores regionais TeiaH alcançou a marca de 150 clientes em menos de um ano de operação com uma proposta de solucionar a evasão de assinantes (churn) na banda larga causada pelas mudanças de endereço.

Em conversa com TELETIME durante a Futurecom 2025, o fundador e CEO da TeiaH, Luciano Sperb Castagnino, apontou a mudança de domicílios como a principal razão para o churn entre os prestadores de pequeno porte, que têm enfrentado cenário desafiador de competição com os grandes na banda larga.

A empresa estima que de 30% a 40% do churn na banda larga seja causado pelas trocas de casa, que chegariam ao patamar anual de 7,5 milhões no País.

Rouba-monte

Mas ao contrário da época da pandemia, onde as mudanças de casa motivaram aumento nas bases de assinantes dos provedores, hoje as trocas são um dos fatores de uma espécie de "rouba-monte" no setor, afirma Sperb.

"O desafio hoje é vender mais do que você perde". Segundo o CEO da TeiaH, um provedor que vendia 15 mil assinaturas ao mês em 2021 pode até manter o patamar atualmente – mas muitas vezes com um ritmo de desativações correspondente, ou até maior, prejudicando o resultado líquido.

A rede colaborativa proposta pela TeiaH busca atacar o problema: na plataforma, provedores clientes cadastram assinantes que solicitaram cancelamento por mudança de casa e uma intermediação é feita para a busca de um provedor no novo domicílio. Caso a contratação ocorra, a plataforma remunera o provedor cedente pelo sucesso.

Sperb conta que modelo similar já é utilizado nos Estados Unidos, chegando a um estágio avançado que possibilita até mesmo a manutenção do modem pelo assinante. A possibilidade seria um sonho no Brasil, afirma o executivo, mas dependeria de uma padronização de equipamentos.

Já algo que a TeiaH já aposta é o compartilhamento de informações entre provedores, com foco no relacionamento do assinante com a cadeia de telecom. Hoje, Sperb aponta que muitos provedores menores não costumam negativar clientes, permitindo que um mesmo assinante pule de prestadora em prestadora, fomentando o rouba-monte.