Um Telecom quer cabo submarino internacional chegando a Pernambuco

há 20 horas 3

O CEO da Um Telecom e fundador da Atlantic Data Centers, Rui Gomes, afirmou em entrevista ao Tele.Síntese na Futurecom, que está articulando uma parceria público-privada para implantação de cabos submarinos com destino ao estado de Pernambuco, como parte de uma estratégia para consolidar Recife como novo hub de dados do país.

Segundo ele, o plano inclui dois projetos distintos: um cabo regional que interligaria as capitais do Nordeste, e um ramal internacional derivado de cabos que já chegam à costa do Ceará. “Na verdade, meu projeto são dois cabos. Um cabo festoon, conectando todas as capitais do Nordeste, e também um cabo internacional”, declarou.

O executivo afirmou que já apresentou a proposta a representantes do Ministério das Comunicações, Anatel, governo de Pernambuco e BID, e defendeu a necessidade de viabilizar o modelo por meio de um consórcio multissetorial. “A gente precisa unir governo, empresas privadas, empresas públicas e bancos de fomento”, defendeu.

ReData deve incluir data centers de borda

Rui Gomes também comentou os impactos esperados da MP do ReData, em tramitação no Congresso Nacional, sobre projetos de menor escala no setor. “Eu entendi que os edge data centers também serão beneficiados. O nosso, por exemplo, já tem circuito fechado de refrigeração e pode se enquadrar nas exigências ambientais”, disse.

O CEO da UM Telecom afirmou que pretende adequar o data center em construção em Recife às exigências do regime, mas ressaltou que ainda aguarda regulamentação complementar. “Não está claro se a isenção será pedida pelo cliente ou pelo operador de colocation, mas vamos contratar consultorias para entender e seguir as regras.”

Críticas à regulação da Anatel

Durante a entrevista, o executivo criticou a decisão recente da Anatel de incluir data centers no escopo do Regulamento de Avaliação da Conformidade e Homologação de Produtos.

“Foi uma decisão abrupta. Não houve tomada de subsídios [sobre este ponto], grupo de trabalho, nem escuta do setor”, disse. Ele questionou a competência técnica da agência para atuar nesse mercado: “Data center é energia e espaço. O setor já tem certificadoras, como a Uptime Institute. Não está claro que tipo de regulação se pretende aplicar.”

Segundo ele, o tema está sendo debatido internamente na TelComp, associação da qual é conselheiro, mas ainda não há decisão sobre possíveis ações. “Estamos ouvindo as operadoras de data center associadas para avaliar os próximos passos.”

BNDES financiou data center; modelo rodoviário para cabos

Segundo o executivo da UM Telecom, o projeto do Atlantic Data Center foi 100% financiado pelo BNDES, com juros de 2,75% ao ano, TR, três anos de carência e sete anos de prazo total. “Foi um superparceiro”, disse.

Já o projeto do cabo submarino internacional deve seguir outro modelo: “É como uma estrada. O governo constrói e concede a exploração, como ocorre com pedágio. Cabo submarino é infraestrutura crítica e precisa de investimento de longo prazo.”

Ele citou como referência os projetos de cabos em implantação nos estados do Pará e Maranhão, financiados com apoio do BID. “Queremos trazer esse modelo para Pernambuco.”

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