V.tal e Serede chegam a acordo sobre futuro de 2,5 mil trabalhadores

há 5 dias 34

A V.tal e a Serede (subsidiária da Oi para serviços de campo) chegaram nesta segunda-feira, 22, a um acordo preliminar sobre o futuro de 2,5 mil trabalhadores da Serede que serão impactados pelo fim do contrato de terceirização entre as empresas. O acordo deve ser assinado nos próximos dias, para posterior homologação pela Justiça. 

Os termos são fruto de uma mediação no âmbito do Tribunal Superior do Trabalho (TST), solicitada pela V.tal após a operadora anunciar que não renovaria contrato de prestação de serviços técnicos pela Serede. Desde então, empresas e sindicatos atravessam intensa negociação sobre a responsabilidade pelos direitos trabalhistas dos funcionários.

No acordo alcançado, valores das últimas faturas de serviços devidas pela V.tal à Serede serão destinados diretamente ao pagamento de trabalhadores, apontou a V.tal em comunicado. A transferência ocorrerá via repasse a sindicatos ou a uma conta de custódia (escrow). 

Ainda, a V.tal confirmou que suas novas prestadoras de serviços deverão priorizar a contratação de desligados da Serede. A operadora diz que mais de 1,1 mil trabalhadores serão realocados no processoCom a saída da Serede, cinco empresas vão assumir os contratos de serviços da V.tal: Ability, Icomon, R2, Tel e Telemont.

Em paralelo, outros 700 funcionários da Serede devem seguir na empresa, realocados para operação de retirada de redes de cobre.

Sindicatos

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações (Fenattel), por sua vez, divulgou números um pouco distintos após o acordo preliminar.

Segundo a entidade, 955 técnicos ficarão à disposição das novas prestadoras de serviços da V.tal; 834 funcionários serão desligados; e 709 serão realocados na operação de cobre da Serede.

No primeiro grupo, a transição para as novas empresas deve ocorrer durante o "aviso prévio trabalhado" de 30 dias dos funcionários, que devem começar a ser notificados esta semana. Assim, os quase mil técnicos da Serede seguiriam prestando serviços à V.tal (e à Nio) ao longo de outubro. Originalmente, o contrato venceria neste 30 de setembro.

Já no caso dos 834 funcionários que serão desligados, tratam-se de profissionais de áreas como RH, administrativo e call center da Serede. O grupo deve ter pagamento de direitos trabalhistas cobertos pelo acordo; o mesmo deve valer entre os 709 realocados para a divisão de cobre da Serede, na medida em que essa atividade for concluída. 

Em comunicado, a V.tal destacou que também "será criado ainda um banco de talentos que será acionado conforme necessidade pelas novas prestadoras de serviços". 

V.tal cobra Pimco

"A atuação da V.tal reafirma seu compromisso social e jurídico como UPI independente da Oi que tem colaborado com todas as frentes de negociação. A Pimco, principal acionista da Oi, continua ausente das mesas decisivas", sublinhou a V.tal, ao comentar o acordo sobre os direitos trabalhistas alcançado nesta segunda.

A operadora atravessa uma série de disputas com a Oi (que é sua acionista minoritária, com fatia de 27%). Neste cenário, a negociação da rescisão com a Serede atingiu ponto crítico nos últimos dias, quando uma sessão de mediação de mais de 16 horas no TST terminou em insucesso e em risco de paralisação de trabalhadores nesta semana. 

Segundo representantes sindicais, entre os fatores que vinham dificultando o acordo estavam a relutância do BTG Pactual (cujos fundos controlam a V.tal) de direcionar novos recursos ao pagamento das rescisões e uma decisão repentina da Oi de tentar manter parte do corpo de trabalho da Serede, considerado estratégico na operação da Nio. 

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