O Brasil registrou retrocessos em diversos indicadores de cibersegurança e privacidade online, segundo o estudo global National Privacy Test (NPT) 2025, conduzido pela NordVPN. A pesquisa mostra que país ficou abaixo da média mundial em todas as métricas de cibersegurança. O levantamento avaliou 30.792 respostas de usuários em 186 países e revelou que os brasileiros ficaram abaixo da média mundial em todas as métricas analisadas.
De acordo com o relatório, o Brasil alcançou 54 pontos no score geral, três abaixo da média global de 57. O índice de “vida digital diária” ficou em 51 pontos (dois abaixo da média), a “consciência sobre privacidade” recuou para 48 pontos (quatro abaixo) e a “gestão de riscos digitais” atingiu 65 pontos (um abaixo da referência internacional). Entre 2024 e 2025, o país perdeu três pontos percentuais em quase todos os indicadores, com destaque para o recuo na área de privacidade.
Mais brasileiros em grupos vulneráveis
A pesquisa da NordVPN também classifica os participantes em quatro perfis de conhecimento em cibersegurança. Apenas 8% dos brasileiros foram enquadrados como Cyber Stars, faixa de excelência, dois pontos abaixo da média global. A maioria (61%) está na categoria Cyber Adventurers, que reúne pessoas com bom conhecimento, mas ainda com falhas relevantes.
O destaque negativo foi o crescimento dos Cyber Tourists (usuários com noções superficiais), que passaram de 22% em 2024 para 29% em 2025, seis pontos acima da média mundial. Já os Cyber Wanderers, grupo com conhecimento mínimo, dobraram de 1% para 2% da população, também acima do padrão global.
Pontos fortes e fragilidades
O estudo identificou pontos positivos entre brasileiros em práticas cotidianas: 96% sabem criar senhas fortes, 94% reconhecem ofertas suspeitas em serviços de streaming e 93% conseguem avaliar permissões de aplicativos. Por outro lado, o país mostra fragilidade em aspectos estratégicos. Apenas 11% sabem avaliar riscos do uso de inteligência artificial no trabalho, 13% entendem como proteger adequadamente uma rede Wi-Fi doméstica e 19% sabem armazenar senhas de forma segura.
Além disso, o percentual de brasileiros capazes de identificar sites de phishing caiu de 34% em 2024 para 27% em 2025. A habilidade de reconhecer URLs falsas também caiu, de 49% para 43%.
No contexto latino-americano, Brasil, México e Argentina apresentaram resultados semelhantes, mas o Brasil teve desempenho pior na identificação de e-mails suspeitos de bancos, considerados um dos golpes mais comuns na região.
Para Marijus Briedis, CTO da NordVPN, os dados evidenciam a necessidade de políticas públicas e campanhas educativas. “Os brasileiros já conseguem identificar golpes mais simples, mas ainda deixam brechas em áreas mais estratégicas. Essa combinação de confiança parcial com falta de preparo técnico cria terreno fértil para os cibercriminosos”, afirma. (Com assessoria de imprensa)