O Brasil perdeu a liderança regional no Índice Global de Inovação (IGI) 2025, ao ser ultrapassado pelo Chile, que subiu para a 51ª posição. O ranking anual da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), publicado nesta terça-feira, 16, avalia 139 economias com base em 80 indicadores, divididos entre insumos e resultados da atividade inovadora. O Brasil aparece agora em 52º lugar, após dois anos consecutivos de queda.
A última vez em que o país teve desempenho ascendente foi em 2023, quando ocupava o 49º lugar. Em 2019, estava em 66º. Apesar do recuo recente, o Brasil ainda figura como o quinto país mais inovador entre as economias de renda média-alta, atrás de China, Malásia, Turquia e Tailândia.
A posição global dos países no índice é resultado de um cálculo que considera pesos diferentes para cada um dos 80 indicadores, divididos em insumos (inputs) e resultados (outputs). São sete categorias de indicadores, sendo cinco de inputs (instituições, capital humano e pesquisa, infraestrutura, sofisticação de mercado e sofisticação de negócios) e dois de outputs (resultados de conhecimento e tecnologia e resultados de criatividade).
Nos últimos anos, o Brasil tem apresentado estabilidade nos insumos e melhora nos resultados.
Pontos fortes e fracos
O Brasil tem desempenho melhor em transformar recursos em resultados, conforme o Índice Global de Inovação. Entre os destaques positivos estão as inovações em telecomunicações, como se vê na lista abaixo:
- Mercado consumidor (7º no mundo);
- Volume de marcas registradas (9º);
- Capital de risco em estágio avançado (16º);
- Importações de serviços de TIC (17º);
- Pagamentos de propriedade intelectual (17º).
- O país também apresentou evolução em indicadores dinâmicos como:
- Veículos elétricos (132,6% entre 2023 e 2024);
- 5G (avanço de 86,9% entre 2022 e 2023);
- Patentes internacionais (23,9%).
Por outro lado, o desempenho foi fraco em áreas estruturais como:
- Estabilidade regulatória (128º);
- Formação bruta de capital (118º);
- Taxa de graduados em ciência e engenharia (100º);
- Cultura empreendedora (78º).
Indústria lidera P&D
A indústria nacional continua a puxar os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, com empresas como Petrobras, Vale, Embraer e TOTVS entre as 2 mil companhias que mais investem em P&D no mundo. No meio acadêmico, USP, Unicamp e UFRJ figuram entre os destaques. O Brasil também mantém o status de superdesempenho relativo, quando se considera o nível de renda.
Para Jefferson Gomes, diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, o país precisa melhorar em educação científica, infraestrutura e estabilidade institucional. “Temos um desempenho acima do esperado para o nível de renda do país, mas aquém do potencial de uma economia e mercado do tamanho do Brasil”, afirma.
Confira aqui o relatório completo, em inglês.