O lançamento da Política Nacional de Data Centers (ReData) foi recebido com entusiasmo por representantes do setor privado nesta quarta, 17. Para empresas e entidades, a medida provisória do governo federal coloca o Brasil em condições de competir por investimentos internacionais em infraestrutura digital e cria bases para um novo ciclo de expansão da economia de dados. O envio ao Congresso do ReData se dará oficialmente nesta quinta, 18.
A Associação Brasileira de Data Centers (ABDC) classificou o ReData como “um passo decisivo” para consolidar o país como um dos principais hubs digitais do mundo. Em nota, o presidente da entidade, Renan Lima Alves, e o vice-presidente, Luis Tossi, afirmaram que a política terá impacto direto na geração de empregos qualificados, no fortalecimento da cadeia de fornecedores e na expansão da infraestrutura digital. A associação reforçou ainda que a aprovação do texto pelo Congresso será fundamental para garantir segurança jurídica e atrair novos aportes.
A Brasscom considerou o movimento positivo, mas aguarda a divulgação do texto completo para verificar como ficou em detalhes. “Consideramos muito positivo o envio da MP do ReData ao Congresso e aguardamos a publicação do texto para uma análise mais profunda. É muito importante que o Brasil estimule os investimentos em Data Centers, que são a base de todo o ecossistema digital e têm o potencial de impulsionar fortemente o crescimento econômico e a inclusão digital no nosso país. O ReData irá aumentar a nossa autonomia digital, trazendo para nosso país o processamento de dados que hoje é feito, em grande parte, fora do nosso território”, disse o presidente da entidade, Affonso Nina.
A Equinix, uma das maiores operadoras globais de data centers, também destacou a relevância do marco. Para o presidente da companhia no Brasil, Victor Arnaud (que escreve mensalmente coluna no Tele.Síntese), a oficialização do ReData é “um passo decisivo para consolidar o Brasil como um dos hubs globais de tecnologia”. Ele ressaltou a atuação da empresa nas discussões que antecederam a medida, por meio da ABDC e da Brasscom, e defendeu que a política cria condições mais favoráveis para expansão da infraestrutura que sustenta a economia digital.
Já Alessandro Lombardi, presidente da Elea Data Centers, chamou atenção para o caráter sustentável do novo marco regulatório. “O ReData não apenas torna o Brasil um dos países mais competitivos do mundo para processamento de dados, mas também faz dele o país mais competitivo do ponto de vista sustentável”, disse. Ele lembrou que, para acessar os benefícios fiscais previstos, as empresas deverão utilizar energia limpa e sistemas de refrigeração sem uso de água.
A Ascenty também se manifestou de forma positiva. Para o CRO e head de estratégia da companhia, Marcos Siqueira, a assinatura do ReData representa “muito mais do que um incentivo direto aos data centers, mas a perspectiva de um impulso para todo o ecossistema de infraestrutura digital no Brasil”. Ele afirmou que o país tem um diferencial estratégico ao reunir energia renovável e abundante e que, com um ambiente tributário mais competitivo, poderá atrair players globais em busca de novas regiões para expansão. “O ReData não é apenas uma política pública, é um passo decisivo para posicionar o Brasil como protagonista no cenário digital mundial”, afirmou.